A linguagem é entendida como qualquer meio sistemático de comunicar ideias ou sentimentos por meio de signo convencionais, sonoros, gráficos ou gestuais. Na comunicação humana ela é o principal componente e, como propriedade nossa a externalizamos por meio da fala, da escuta, da leitura e da escrita. Com a linguagem compartilhamos o conhecimento, as experiências e os pensamentos com outras pessoas.
A fala, então, é a mais nobre das capacidades humanas: tem características singulares e universais e é uma das manifestações da linguagem em que mais nos atentamos, desde cedo, com nossos filhos, sobrinhos e demais crianças em nosso contexto familiar. E, junto com essa atenção, sempre vem a dose (por vezes exagerada) de preocupação: “meu filho tem uma ano e meio e ainda não fala nada…”.
Sabemos que existem tabelas de quantidades de palavras por faixa de idade em que a criança deve falar, bastante usada por pediatras, mas sabemos, mais do que isso, que o processo de aquisição de linguagem e da fala depende de condições neurobiológicas e ambientais apropriadas. O esperado é que uma criança comece a emitir suas primeiras palavras (com sentido, contextualizadas – de nada adianta uma criança falar várias palavras se elas estiverem sem sentido, como olhar para a mamãe e a chamar por “bule”, por exemplo) por volta dos 12-18 meses. É nessa idade que uma criança bem estimulada começa a ter algum controle sobre a produção dos sons e já conhece muitos objetos, pessoas e lugares. Em média, entre os 18-24 meses, quando a criança tem uma fase de aprendizado mais intenso, há uma explosão em seu vocabulário – neste momento a criança é capaz de aprender novas palavras numa velocidade muito mais rápida. Por isso, se uma criança tem um pouco mais de dois anos e não fala nada, soa-se um alerta.
Como o desenvolvimento da linguagem não é isolado do desenvolvimento infantil no geral, em casos de alerta analisamos todo o contexto cognitivo e social em que a criança está inserida. Por vezes, alguns ajustes em sua rotina já são suficientes para melhorar o estimulo e fazer com que a criança inicie seu processo de comunicação oral. Vale, sempre, ter por perto especialistas que, com dicas simples, podem transformar nossa angustia em ações construtivas para nossas crianças!
Ana Carolina Carlini Câmara – Fonoaudióloga