Emmi Pikler – Afetividade e Movimento livre no cuidar e educar
Os estudos de Emmi Pikler, pediatra húngara que dá nome à abordagem, apresenta diferentes
maneiras de atender bebês e crianças, levando em conta valores essenciais para o
desenvolvimento dos pequenos até 3 anos de idade. Mais do que uma metodologia, a
abordagem Pikler é uma filosofia de vida para apoiar crianças pequenas em seu
desenvolvimento, com princípios que são a base do trabalho com os bebês na Escola Meu
Castelinho.
A abordagem Pikler é constituída por três elementos principais: rotinas de cuidados, liberdade
de movimento e brincadeiras espontâneas – e considera que os vínculos construídos entre
adultos e crianças têm papel primordial na constituição do sujeito e, consequentemente, no
processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças.
Rotinas de cuidados: Os momentos de cuidados são vistos como ricas oportunidades para o
estabelecimento e o fortalecimento dos vínculos afetivos, pois os educadores são treinados para
estabelecer interações individuais com as crianças, nas quais o contato visual, atento e
interessado, o toque suave, o diálogo corporal e verbal, a espera por respostas (mesmo que
corporais, olhares e expressões faciais) oferecem às crianças pequenas segurança,
previsibilidade e possibilidades de cooperação. Os adultos promovem estáveis rotinas de
cuidados e atividades, que proporcionem proteção e segurança afetiva, baseadas em
relacionamento caloroso e terno.
Liberdade de Movimento: Para possibilitar o estabelecimento de vínculos sem criar
dependência, os adultos apoiam a atividade autônoma das crianças, para que se sintam
consideradas, ativas e participantes e possam intervir no processo de cuidados e na maneira de
satisfazer suas necessidades, conforme explica Tardos (2008: 57): “A criança já não é mais
simplesmente o objeto de nossos cuidados e de nosso afeto, mas sujeito numa situação que
implica a ambos, a qual ela tem pleno direito de influenciar todos os acontecimentos que se
referem a ela”.
Essa estabilidade e segurança afetiva proporcionam autoconfiança aos bebês desde recémnascidos, para que possam estar abertos ao mundo exterior que eles buscarão conhecer.
Brincadeiras espontâneas: A atividade autônoma das crianças pequenas também é valorizada,
nos momentos de brincadeiras espontâneas, quando se consideram seus interesses, sua
competência e iniciativa para explorar o meio, em ambiente planejado no qual elas encontrem
prazer nas próprias experiências empíricas e possam construir conhecimentos sobre si e sobre
o mundo, com possibilidades de fazer escolhas e tomar decisões.
Dessa forma, na medida em que podem interagir livremente com objetos, por meio de
tentativas e erros construtivos, ensaios de experiências, as crianças descobrem suas capacidades
corporais, a propriedade dos objetos e colocam-se desafios, cujas soluções são acessíveis para
elas naquele momento, desenvolvendo consciência da sua identidade pessoal, autoestima e
autoconfiança.
Andrea Caram de Oliveira
Orientadora da Escola Meu Castelinho
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