A birra pode representar uma dificuldade de expressar emoções, de lidar com frustrações ou mecanismos de manipulação, por isso é essencial que os adultos estejam atentos para ajudar as crianças a superarem essa fase de maneira tranquila. Acreditamos que cada birra ou comportamento inadequado pode ser uma rica oportunidade de aprendizagem , desde que os adultos não percam a calma e não saiam do seu papel de educador. Quando se trata de crianças e desenvolvimento não há receitas prontas, mas algumas dicas podem ajudar:
– Se a criança estiver em um lugar perigoso, retire-a de lá imediatamente, não importa a intensidade do berro dela, mas depois explique o risco relacionado a situação com calma. Quanto mais as crianças perceberem os princípios por trás das regras, mais há chances de desenvolverem gradativamente a auto regulação e a autonomia moral.
⁃ Mantenha a calma. Não esqueça que você serve de modelo para seu filho e quanto mais calmo ficar, mais rápido a situação vai se resolver. O controle das emoções é aprendido ao longo da vida, primeiramente através do exemplo dos adultos ao redor. Além disso, se a criança perceber que tem o poder de desestabilizar emocionalmente os pais, poderá perceber que tem poder sobre as emoções dos adultos, o que reforça a manutenção do comportamento inadequado.
⁃ Não grite. Lembre-se que a explosão dos pais pode ser uma referência negativa de como lidar com siuações-problema. O grito pode até ter um ilusório resultado imediato “ aparentemente positivo” porque a criança de assusta e para de agir de forma inadequada, mas além de oferecer um modelo negativo, bloqueia o pensamento da criança , que prestará mais atenção à forma do que ao conteúdo que é dito.
⁃ Nunca bata no seu filho ( nem mesmo se ele te bater). Isso também pode ser um exemplo negativo de agressividade. Lembremos que as crianças estão em desenvolvimento e quanto menores, mais impulsivas e egocêntricas são, portanto o papel dos adultos é mostrar que existem diversas maneiras assertivas de resolver problemas e que, definitivamente, a agressão física ou verbal não é uma delas, pois gera consequências ruins nas pessoas ao redor.
⁃ Se estiver em casa, afaste-se e não dê “ibope” para a birra… Afinal, se não há plateia , não há show! Assim a criança poderá perceber que esse recurso é ineficaz, porque além de não conseguir o que deseja ( motivo pelo qual iniciou a birra) dessa maneira, também não conseguirá a atenção dos pais ou interferir no controle emocional deles.
– Se você estiver em público e não puder afastar-se, desvie o foco da criança. Como ela está nervosa, evite conversar muito na hora. Melhor falar menos e agir mais.
⁃ Quando perceber que ela se acalmou, dê um abraço bem gostoso para mostrar a ela que está tudo bem, mas depois, quando ela estiver calma, converse sobre o que aconteceu.
⁃ Se ela já fala, é possível ajudá-la a verbalizar sentimentos, mantenha uma postura empática e diga que você às vezes também se sente dessa forma ( fale dos seus sentimentos e emoções diante de desafios da vida com exemplos positivos de controle emocional) e explique em poucas palavras a importância de ela dizer o que sente ou quer.
⁃ Observe atentamente os progressos de seu filho diante de frustrações e contrariedades e sempre que ele conseguir controlar-se diante das frustrações ou pedir ajuda de forma assertiva ( através do diálogo) elogie a atitude e pontue os benefícios da comunicação para a resolução de problemas.
Esperamos que essas dicas ajudem e estamos à disposição para auxiliar as famílias a transformarem as birras em aprendizados!
Equipe Meu Castelinho
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Não vou dormir. Texto de Christiane Gribel e ilustrações de Orlando Pedroso, Global Editora. A partir de 2 anos.
O Reizinho mandão. Texto de Ruth Rocha e ilustrações de Walter Ono, Ed. Salamandra. A partir de 3 anos
Coleção falando de sentimentos. Texto de Luciene Tognetta e ilustrações de Paulo Roberto Masserani. A de partir 3 anos
Não! Texto de Kathrin Göpfert e ilustrações de Marion Goedelt, Gaudí Editorial. A partir de 3 anos.
Quando mamãe virou um monstro. Texto de Joanna Harrisson, Ed. Brinque-Book. A partir de 4 anos
Quem sou eu?. Texto de Ana Clara Machado e ilustrações de Maria José Arce, Ed. Moderna. A partir de 4 anos
Rita não grita. Texto de Flávia Muniz e ilustrações Wlater Ono. Ed. Melhoramentos. A partir de 4 anos